NEGO VELHO SALVA FILHA DO PATRÃO INGRATO, MT.


No sertão de Mato Grosso na fazenda liberdade vivia o fazendeiro, Antônio família, dois filhos e um menina caçula. Também tinha um preto velho, homem para toda obra do patrão, que muito o estimava.  Preto velho quando moço não tinha boi pantaneiro, que ele não pegasse pelo chifre e o derrubasse.
Tanto era querido, que o patrão quando preto velho aposentou; falou que ele poderia viver na fazenda até à morte. Antônio morreu de repente, o preto velho chorou, parece que já sentia o que poderia acontecer. Foi só passar a visita de cova, missa de sétimo dia, o filho do patrão chamou preto velho e disse que ele teria de sair de sua fazenda, não prestava mais para nada, que fosse morrer em outro lugar.
O vaqueiro velho chorou, pois, gostava muito daquele lugar, mas ordem tem de ser cumprida. Pegou seus bregueços e quando saia a filha do novo patrão brincava distraída, um boi turino investiu para pegar a menina, preto velho mesmo sem forças, saltou na frente do boi pegando-o pelo chifre. Salvou a menina, mas suas forças estremeceram, morreu falando qual erva devia dar a criança pelo susto. Preto velho sabia muitas rezas para curar animais e gente. Ele iria descasar na terra fria.
O remorso do patrão foi tão grande, que após aquele episódio, o homem duro de coração, passou a tratar os empregados de forma mais humana.

NHOZINHO XV.

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