CAPIAU NA CITY SOFRE.
Isaías Professor veio da Bahia tentar à vida
em São Paulo. Conseguiu lecionar em uma escola de classe média. Tinha uma vida
boa para os padrões dos anos 1980. Casa mobilada carro e empregada. Ele era
solteirão. Passou um tempo seu primo veio também a São Paulo indo morar com o
primo.
O rapaz era
um sertanejo e quase não ia à cidade mais próxima, não conhecia nada da vida ‘moderna’
coitadinha. Isaías foi buscá-lo na antiga rodoviária Júlio Prestes, hoje Cravolândia.
Jeremias nunca tinha andado de carro de passeio começou a novidade. O caipira
ficava admirado com água encanada, TV geladeira e telefone. Mas era curioso,
quando via televisão, pensava que o apresentador dava bom dia para ele, que
respondia, achava que o homem dá TV o olhava como conhecido para ele. O primo
mestre, mandou Jeremias uma escola de adultos, para ver se lapidava um pouco o
sertanejo. De fato, aprendeu ou pouco. Gostava de palavras diferentes do linguajar
sertanejo, mesmo sem saber o significado. Exemplo: sindico ele achava que era cínico.
Filosofia era fisionomia etc.
Isaías era
delicado, sabia da ignorância do primo, assim tinha paciência. Orientava Jeremias
que só pelo estudo sério, que ele chegaria a entender palavras e como quando usá-las.
Quando estava no meio dos amigos, era um suplício para o professor, seu primo
soltando cada uma. O primo dizia a Jeremias, que isso de ditados; clichês, era
falta de repertório, vocabulário e só estudando sério, lendo muito poderia
mudar. Dizia Isaías: “primo “nada de através para tudo, nem maiores informações,
com certeza; gerundismo em poucos casos se usa”.
Jeremias voltou
ao nordeste pensando que estava arrasando, mais lá tem gente competente, riam
de o paulistinha, ‘sabidão’.
NHOZINHO XV.
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