CANETA DE OURO E PENA TINTEIRO.


Foi assim com dois vizinhos um rico, outro pobre, no tempo no Brasil ainda colônia de Portugal. O filho do rico ia para escola, a única que existia na fazenda de gado, montado em seu cavalinho. O filho do pobre ia a pé. O filho do rico, saia de casa tomava um café reforçado; o filho do pobre ia com fome. O filho do rico tinha uma pasta escolar vinda da Europa. O filho do pobre leva seus materialzinhas: folhas de papel almaço, um lápis e tinteiro de pena, em um saco de couro de Raposa que seu pai fez.
O filho do rico tinha caneta dessas com tinta que veio de Portugal, banhada de ouro.
Pois bem, passou o tempo os dois ficaram rapazes, o filho do rico parou. Era preguiçoso mental. Estudava porque o pai queria vê-lo Dr. Mas virou foi boêmio. Vivia à custa do pai rico que morreu de tanto desgosto e o filho tuberculoso.
Já o filho do pobre conseguiu entrar em um seminário, único meio de estudar curso superior para pobre era na igreja catolica, dona do monopólio do saber, como era inteligente e esforçado; ordenou-se padre, sua primeira missa foi na fazenda onde nasceu. Veja com esse exemplo, que riqueza é coisa boa, porém, mais vale ser competente. Escrever com caneta de ouro ou com pena tinteiro a difernca está na capacidade de cada um.

NHOZINHO XV.

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