édem/paraiso

Dedé minha  avó Maria, lá das bandas do Piauí , não criava mais nada, cabras e outros animais. Mas galinhas ela criava. Só que os carcarás não davam sossego comendo os pintinhos. Pegavam o bichinho  e iam comê-lo em cima de uma Aroeira que nem existe mais, foi cortada pelo primo Raimundo Temista. Quando chegava alguém com espingarda Dedé mandava atirar nos carcarás. Certo dia Raimundo Rocha “Buguel” passou vergonha foi tentar matar um Carcará na Aroeira, mas o bicho é esperto saiu voando. Raimundo voltou com uma vergoooooonhanhanha. Um dia Dussá nossa irmã amada pegou  carcará vivo no fonte. Eles estavam brigando não sei porque, deixaram ela aproximar  e pegou o bicho, o outro voo. Dedé ficou contente que nesse iria descontar toda raiva que tinha da ave de rapina. Eu quando comprei uma espingardadinha  pica pau, nunca matei um Carcará. Mas fui infeliz em matar um Urubu. Quem mata Urubu comete um grande crime e pecado. Hoje posso, se preciso, até matar um filha da ‘pquta’, mas não m

Um fazendeiro   de Amarante Piauí divisa com Maranhão, casado com uma mulher bem mais nova, viu uma desgraça na fazenda dele. Foi procuram um macumbeiro do Codó para ver que urucubaca era àquela, seu gado estava caindo um a um. O Codoense deu uma olhada e falou que o problema era no fazendeiro.   Antônio o fazendeiro perguntou   como?   O curandeiro respondeu-lhe que ele teria de ficar pelado em um quarto que faria a reza forte. O homem disse que jamais faria aquilo. O macumbeiro falou que nada podia fazer. Mas a mulher servia por ser herdeira em regime imparcial servia. Antonio aceitou, mas ficou olhando pela fechadura o que ocorria dentro do quarto. Zezinho o rezador pegava nas partes da mulher e dizia que era para parar de morrer vacas e bois tais... Quando chegou nas virilhas e disse que era para curar as novilhas; nas coxas as vacas roxas . Antônio quebrou à porta, já bravo! Mandou   que Zezinho deixasse morrer novilhas e vacas roxas, só não queria ficar corno vendo tudo pel

Um sujeito desde de menino não trabalhava, nem estudava. Mas tinha uma malandragem que enganava os sabidos”e ricos. Certo dia ele andava por um lugar distante fazendo suas astúcias, pediu pouso em uma fazenda, mas como tinha uma moça filha do fazendeiro doente, nadaram  que ele fosse arranchar  debaixo de um pé de Juazeiro . Como ele era medroso subiu em cima da árvore e ficou de lá ouvindo uns espíritos  que vinham falar do que fizeram para ganhar almas. Um disse que estava para ganhar almas no caso da filha do fazendeiro, uns achavam que ela estava escondendo uma gravidez. Mas o remédio era simples: teriam de matar uma galinha  preta cozinhar  com penas e tudo e dar para ela comer que ficava boa. No outro dia ele foi a casa do fazendeiro e pedindo que deixassem ele curar a moça. O pai da moça respondeu-lhe que cinco médicos não fizeram nada ele salvaria a moça? Mas um dos melhores médicos, disse que como a medicina já não podia fazer nada, era bom experimentar o saber popular...

Zé Gato estava me perguntando o que vi de bom em nossa Terra o Piaui. Responde-lhe que teve coisas boas e ruins. Bichana, velha amiga professora, quis saber o que sentir ao ver duas espingardas em minha frente. A ela disse que como todo mortal senti medo e coragem ao mesmo tempo. Acreditei nas orações que aprendi na vida. Confessei a amiga Gata que fui salvo pelo poder sobrenatural. Ai tive uma saída honrada e não precisei matar ninguém. Panterinha entra no papo decepcionada. Loga ela que queria tanto tomar um banho de sertão ficou perplexa. Mas os confortei contando que ouvi histórias e estive com gente culta em São Raimundo Nonato. A mãe do escritor Salvador Castro, as irmãs de Edyvaldina, Drª Ada, dona Dezinha irmã de Cineas Santos e os feras da Rádio Serra da Capivara. Padre Herculano de quem ganhei livros. Mariano do Izidório, Egídio Rocha, Burrego, Miki filho do Juracy. Em Lagoa dos Currais estive com Honório e toda família, especialmente, Ilsinho e Bia de quem ganhei uma bela

Como a força policial não vive só de pegar bandidos. Capitão Câncer de São Raimundo Nonato, Piauí certo dia fez um forró para seus comandados. Naquele tempo não tinha mulheres nas forças policias eram as mulheres e namoradas dos policias as parceiras na dança. Ou contradança! Mas na condição de que todos deviam pagar ao sanfoneiro, que era amigo do capitão, seu Burrego. Após o capitão ver a lista e alguns ‘espertinhos’ não ter pagado a cota. Capitão Câncer chamou-os   e perguntou: “quem ali tocava sanfona, batia pandeiro ou cantava”.Foi um silêncio total. Tiveram de pagar por bem ou por mal. Com o Capitão Câncer quem andasse fora da lei apanhava e logo morria de infecção, surra nos ruins. Não posso aprovar tortura, mas que o Capitão fazia um bom serviço isso sim. Capitão Câncer tinhas amigos em SRN-Piaui e deixou muitos desafetos. Foi isso que ouvi e fotografei em palavras. ADÃO NHOZINHO

Se um homem completo precisa escrever um livro, plantar uma árvore e fazer um filho, estou longe de ser um. Sobre a árvore até fui ao Piauí na intenção de plantar uma manga, mas esqueci a semente em São Paulo e não deu tempo...  Livro até tenho material para pelo menos dois livros, mas não posso publicá-los. Uma amiga escritora mineira me convidou para fazer um livro com vários autores. Estou pensando nesse projeto. Mas alguma ‘coisinha’ minha já saiu em um livro que estou para receber. Já é um grande passo como disse o astrônomo que pisou na Lua " É um pequeno  passo  para [um] homem, um salto gigante para a  humanidade ". . ( Neil  Alden  Armstrong  1969). Hoje é aniversario de meu filho BEETHOVEN que não toca nada. Confesso que foi uma emoção difícil de explicar quando a enfermeira fez com que ele olhasse para mim. Ele era dos maiores da maternidade. Nasceu com um berro grave de família por parte da mãe. Esse homem hoje teve quatro acidentes graves, mas sobrevi

Em 28/4/1973 sai de Angical Dom Inocêncio Rumo a Petrolina em uma PICAPE de Longuinho dirigida pelo filho Anísio. Chegamos em Petrolina fui tomar banho pendurei a toalha em um fio descapado levei   um choque e fiquei sem saber de onde viera àquilo. Notei que era um choque da ‘civilização”. Fui ao cabaré conhecer moças que curtiam: “Por que Brigamos” de Diana; e outras coisinhas. No outro dia vi um enterro o defunto ia em caixão achei coisa nova, no sertão o cara ia em rede e assim enterrado. Na feira na beira do Rio São Francisco vi um cego tocar sanfona de oito baixos. Seguimos destino a São Paulo mês de Abril/Maio eu de camisa manga curta, imagine o frio que passei. Primo   Izidório do Eugênio me mostrava televisão e a diferença: entre ônibus municipais e expressos interestaduais. Os motoristas da BONFINESE eram estúpidos faltavam era bater nos passageiros. Em solo paulista fiquei sem tomar um café, motorista buzinando. De lá até São Paulo-Julio Prestes passei sem urinar, quando

A eletrificação Rural trouxe alguns benefícios até aos sapos. Estava eu na casa do primo Raimundo 'Temista', São Pedro, Dom Inocêncio Piauí; em uma das poucas noites que passei no sertão e observei uma cena inusitada.Vários sapos disputando insetos que ficam encandeados pela luz e são comidos pelos sapos. Eles ficavam disputando quem chegava primeiro ao inseto, mas respeitavam um sapo grande esse tinha preferência. Pensei por que será... ele seria pai dos outros, se conheciam, haviam fêmeas etc. Dizem que sapo pula porque anda devagar. Mas que é engraçado isso sim. Como já disse: às noites no sertão vemos coisas que na cidade grande não vemos. Céu estrelado uma das maravilhas, que Catulo a Paixão Cearense viu na Lua, eu vejo nas estrelas, dança dos sapos. Algumas delas nem mais existem, já caíram no buraco negro, ou branco? Enfim, sinto pena não poder mais apreciar um espetáculo de sapos pulando e ver as estrelas no Piaui. ADÃO NHOZINHO

Quando eu era menino que ia feira na segunda em São João  do Piaui via umas comidas feitas na rua me dava água na boca. Fome! meus amigos. São Paulo, maltratada  por alguns, tem um serviço de comida de um real. Aqui ninguém passa fome. Em Teresina-Piauí reparti comida com um “morador em situação de rua de rua", mendigo  mesmo. Em São Raimundo Nonato com dois, mesmo o dono do estabilitamento  xingando os miseráveis. Tenho pena de quem passa fome, mas sou pobre... Aprendi que repartindo a comida, metade que como me alimentará do mesmo jeito. Não fiquei aliviado, mas assim, como no caso do filhote de gato da Rodoviária de SRN-Piaui, fiz esse pequeno favor a quem não poderá me retribuir. Assim foi. ADÃO NHOZINHO.

Discursos desde o congresso nacional são enfadonhos. Nada de quando Lula falar "iluminar" o universo. Mas no interior do país é precário. No entanto, em São Raimundo Nonato Piaui,   na ala dos bacharéis em 1972 houve um caso interessante. Precisamente estavam na Barragem, hoje Coronel José Dias o pessoal do MDB. Estavam em cima de um caminhão discursando. Osvaldo Paixão, quando pegou o microfone após Drª Ada falar disse: “que sentia-se diminuído em falar pois, Ada era ótima oradora, na forma e conteúdo; sabia falar de forma articulada”. Drª Ada pegou novamente o microfone e respondeu ao padrinho: “nada disso padrinho, o senhor foi bem, mas se tenho algo de bom foi herdado do senhor”. Foi uma risada generalizada. Ada está lúcida e ainda mais sábia e bonita. Gostei da Drª Ada Dias Ribeiro. ADÃO NHOZINHO.

Os mendigos da rodoviária de Teresina saíram. O velho monge, Rio Parnaíba, está morrendo uma pena.   No centro velho de Teresina é semelhante ao de São Paulo mendigos e muita sujeira nas ruas. Em uma avenida central de Teresina vi um gatinho sem dono tinha uma cor de gato selvagem, muito bonito, ele andava sem rumo parecia perdido não sei se estava com fome. Mas um da rodoviária de São Raimundo Nonato Piauí me cortou o coração. Magrinho e maltratado. Dei um pouco de leite a ele que bebeu até não aguentar mais, tanta era a fome. Penso que pessoa que cria animais devia ter responsabilidade com os inocentes, que são melhores, que muitos dos tais racionais. Assim fotografei em palavras minha rápida visita a Teresina Piauí. Adão Nhozinho