ADÃO NO CHOQUE CIVILIZATÓRIO!!!


Em 28/4/1973 sai de Angical Dom Inocêncio Rumo a Petrolina em uma PICAPE de Longuinho dirigida pelo filho Anísio. Chegamos em Petrolina fui tomar banho pendurei a toalha em um fio descapado levei  um choque e fiquei sem saber de onde viera àquilo. Notei que era um choque da ‘civilização”. Fui ao cabaré conhecer moças que curtiam: “Por que Brigamos” de Diana; e outras coisinhas. No outro dia vi um enterro o defunto ia em caixão achei coisa nova, no sertão o cara ia em rede e assim enterrado. Na feira na beira do Rio São Francisco vi um cego tocar sanfona de oito baixos.
Seguimos destino a São Paulo mês de Abril/Maio eu de camisa manga curta, imagine o frio que passei. Primo  Izidório do Eugênio me mostrava televisão e a diferença: entre ônibus municipais e expressos interestaduais. Os motoristas da BONFINESE eram estúpidos faltavam era bater nos passageiros. Em solo paulista fiquei sem tomar um café, motorista buzinando. De lá até São Paulo-Julio Prestes passei sem urinar, quando cheguei à rodoviária fiquei cinco minutos mixando.
Fui para Vila Anastácio onde Manoel Olímpio nos recebeu e me levou a jaguaré onde morava Honorina minha irmã. Logo ela ganhou Raimundo um cabra bom de samba... logo Xará me deu um blusão para aguentar o frio, nesse tempo São Paulo era mais fria. Fui logo trabalhar em um frigorífico de frango da CIA (Cooperativa Agrícola de Cotia). Pensei como meus patrícios suportavam tanto frio, mas com o tempo meu sangue foi esfriando e acostumei. Amo São Paulo onde estou há 45 anos. Parte do que sou devo a esta cidade. Certo que tenho pouco, mesmo assim, agradeço.
Assim foi um pouco da vida deste (Pi-a-u-i-en-se) no Sudeste.

ADÃO NHOZINHO

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