PITURY SANFONA DO PIAUY.
Martinho
o Pitury nasceu em Muquém riacho Itacoatiara Dom Inocêncio, ou Capitão Gervásio não
sei bem, Piauí. Ano 1944. Desde de menino como foi vizinho dos Catarinos sanfoneiros
apendeu a tocar sanfona. Como era negro, como Quido, muitos achavam que Pitury era
filho do Euclides o Quido, não sei. Não tinha sanfona e Quido gostava quando deixava
ele tocar até cansar, tocava até bem.
Veio
para Salgado onde casou em 1962 com Mercês filha de Matias meu tio. Logo comprou
de Quido, uma sanfona italiana, preta de fole vermelho. Ficou sendo um dos
melhores sanfoneiros da região, até aparecer Zumiro irmão de Dedi do Firmo e os
filhos de João Barrinha dos Oliveiras.
Fiquei
com pena quando fui ao Piauí e Pitury tinha caído da moda, perdeu para os
teclados e os meninos com sanfonas com ressonâncias, com outros instrumentos de
São Raimundo, Piauí. Ninguém chama mais Pitury, para os forrós de latada uma
pena. Pitury casou no mesmo dia que Wardim Mamede teve duas festas: era Adail Ferreira
na casa de Firmo e os Catarinos na casa de Matias. Quando foi inaugurada a
igreja de Salgado, feita com os braços dos homens de lá, sem ajuda de prefeito
nem da igreja católica. Pitury perdeu um olho vindo de uma festa onde eu morava
São Pedro ficou cego de um olho.
Gente
fina seu Pitury, que já enterrou filho mais velho. Coisa pouco comum, mas que
pela violência, está ficando normal. No caso de Hilário foi morte natural. Fiz esse versos singelos com se fosse música, em ritmo baião.
Que
saudade da sanfona:
Italiana preta e chorona,
Em
Salgado e todas regiões,
D.
Inocêncio pelos sertões.
Toca
toca Martins Pitury,
Sanfoneiro bom do Piauy
Também
Quido, Adail, Dedi,
Troca
Zumiro e Francelino,
Toca
os filhos do Barrinho.
Egídio
Rocha toca dolorido,
Toca
Zome, Camilo, Iquido;
Canta
o Natal do Vito.
NHOZINHO
XV
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