RAPAZ DANÇOU NO INFERNO COM DIABOS E ALMAS PIAUÍ
Riacho Itacotiara, parte Dom Inocencio Piauí, parte Capitão Gervásio
Oliveira. Um rapaz era muito festeiro, gostava de dançar e namorar as moças de Mata-Pasto,
hoje Gervásio Oliveira. Joel seu nome. Selou uma eguinha vestiu uma calça preta
de casimira, uma camisa branca de cambraia, botou brilhantina no cabelo e
preparava-se para sair. O pai de Joel sempre ficava preocupado quando e filho
saia para festas e essa tinha motivo, pois o riacho Itacotiara, estava cheio
chovia muito nas cabeceiras divisa com à Bahia. Ano 1947 de muitas enchentes.
Seu Pardinho pergunta aonde o filho ia com tanta enchente. Joel
responde que iria procurar um forró nem que fosse no inferno. Pardinho fala meu
filho deixe de blasfemar você pode ser castigado. Joel montou na égua e saiu. Chegando
em Milhã ouviu o som de uma sanfona oito baixos, mas nunca chegava na festa. Pensa
Joel isso só pode ser coisa do diabo, que toque invisível do capeta!
De tanto correr e o som ficando mais longe, já desanimado, enfim
chegou. Era um lugar que ele nunca tinha visto, tudo escuro e fedendo enxofre. Só
via vultos a música era um choro (diabo aos tombos) que muita gente conhece. Isso
à noite inteira. Joel dançava com diabos pensando que era mulher, mas para quem
estava perdido continuou. Quando resolve sair uma voz, parecendo de mulher, pediu
que a levasse na garupa da eguinha. Joel aceitou. Mas quando passava em um cemitério
o vulto sumiu. Nessa hora Joel entendeu o que seu pai disse. Esteve no inferno
dançando com almas penas e diabos. Foi até uma Igreja das Almas em Picos Piauí,
pediu ao padre Ticão que rezasse uma missa para almas perdidas e tentar reparar
o mal que fez, em desobedecer ao pai.
Fatos que NHOZINHO XV ouviu quando menino, em sua Lagoa São
Pedro, Dom Inocêncio, Piauí.
NHOZINHO XV.
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