JOSÉ TROPEIRO, CORAÇÃO DE ÍNDIO, NÃO VIVEU.
José Pereira,
mais conhecido como José tropeiro era um rapaz esperto, lá do leste do Piaui. Saiu
ainda jovem para Januária, Minas Gerais, vivendo alugado de comerciantes tropeiros
que iam do norte de Minas Montes Claro a o sul baiano Jequié. Vida dura comia
bem, mas ganhava pouco, como não tinha outro jeito, ficou nessa vida por muito
tempo. Foi mordido de barbeiro sem saber, até fiar doente do coração. Foi o que
ganhou na lida tropeira. Como em São paulo já faziam transplante de coração
resolveu aventurar em 1970, o bisturi dos médicos HC-SP.
Em São Paulo
recebeu o coração de um índio, que morreu assassinado a bala, de pistoleiro em
Amazonas. José ficou esperançoso, de que iria voltar ao lar e para sua família
tinha mulher e dois filhos. Viveu ainda com o coração do índio Megaron por um mês;
mas segundo os médicos, índio é diferente em algumas coisas dos brancos, houve
rejeição e José morreu, como João Boiadeiro, de MT no HC-SP.
Voltou a Januária
em um caixão.
Sua mulher Josefa
teve de criar os filhos sozinha, que por sinal, um formou em medicina, para cuidar
de gente pobre como seu pai. A outra menina foi para um convento de freiras em Barbacena
MG.
Josefa
mulher de José tropeiro, casou de novo com um tropeiro de Montes Claro, Minas
Gerais, que viajava também, como José para Jequié Bahia.
NHOZINHO XV.
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