PIAUÍ,TROPEIRO CORNO, MAS ESPERTO.


Coronel José Dias, antes Várzea Grande, Barragem no ano 1954. Um tropeiro comerciante tinha sua tropa que fornecia mercadorias à casa comercial, espécie de mercadinho; vendia de tudo. A tropa era composta de três tropeiros, cada um tocava um lote de dez animais, maioria jumentos. As viagens eram feitas para Petrolina PE e Juazeiro Bahia.

Viagem de 20 dias ida e volta. Com descanso para os homens e os animais. Comiam carne seca, rapadura, feijão e arroz. Tomavam uma caninha para rebater o calor e frio chegando em Petrolina em julho fez um uma “cruviana” frio pela noite. Foi uma viagem normal vendeu bem e comprou o tropeiro chefe. Mas o homem vivia desconfiado de que a mulher dele estaria o traindo com um vizinho. Nunca falou nada, porém, pensava em pegá-la em flagrante. Ela sabia mais ou menos, que dia ele chegava, mas o tropeiro adiantou e dois dias sua chegada.

Deixou os ajudantes tropeiros com a tropa e chegou de repente, pela noite. Deixou o burro amarrado perto de casa e chegou devagar em casa. Qual não foi sua surpresa, a mulher estava com um sujeito na cama dele. Claro, que qualquer um ficava louco, mas o tropeiro homem vivido pensou... se mato os dois fico criminoso e meus filhos sem pai sem mãe, ainda vou preso. Fez de conta que não viu nada, contudo, preparou uma vingança suave. Fez que aceitou a situação de corno e com um ano. Largou tudo e foi morar em Itaueira Piauí.

Os filhos acompanharam o pai. Filhos não admitem que um dos pais traiam o outro. A mulher ficou desmoralizada e pobre. O homem casou outra vez e viveu muitos anos como comerciante em Itaueira Piauí.
São coisas, que esse tropeiro sem tropa, soube quando era menino no Piauí. Se é verdade ou mentira não sei.

NHOZINHO XV.

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