VAQUEIRO QUE VENCEU.
Um rapaz saiu de Cruzeiro SP e foi tentar a vida em Taubaté-SP.
Chegou só montado em seu cavalo Pampa. Onde desceu em uma fazenda
e logo procurou serviço. Como era um sujeito forte foi fácil conseguir uma colocação
para cuidar de gado. Em pouco tempo conquistou a amizade dos vizinhos e passou a
namorar uma moça da fazenda. Quando sentiu firmeza com ela se casou, formando família.
Filhos eram três: Pedro, Rosinha e Mariazinha. De sol a sol com o braço no trabalho
e sempre dizendo que o homem teria de ser forte e lutar. Toda noite reunia a prole
fazendo cantoria com viola, violão e sanfona.
Mesmo quando à morte levou Rosinha ainda bem pequenina o velho
não amoleceu. Pedro seu filho mais velho foi para cidade grande e nunca mais
voltou. Mariazinha casou bem moça com Bento, um homem trabalhador, mas entrou
na cachaça e nunca mais largou e assim morreu deixando à mulher com muitos
filhos pequenos para o velho criar. Nada abalava o gigante, até o dia que foi
varrido as cores do seu pensamento por uma cegueira triste, ele deitou na cama
e nunca mais acordou. A viúva mulher de raça forte pegou nas rédeas do cavalo e
partiu para luta. O filho mais novo se enterrou de vez na poesia e viola ficando
famoso.
Por isso, mesmo amigo é que eu lhe digo não tem sentido em
peito de cantor, brotar o riso onde foi semeada; a consciência viva do que é a dor.
ADÃO NHOZINHO.
***Crédito ao compositor Renato Teixeira e sua sina de ser
violeiro cantador***.
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