ASSIM ERA O SERTAÕ PIAUÍ NOS ANOS 1902/ 1973.
Zé
Gato, amigo de infância, pensa que estou com Alzheimer:
Porque
fico lembrando o passado se a todo instante, têm noticiais pelo Brasil e mundo.
Respondo-lhe que ainda não, mas tenho muito medo. Enquanto
isso, que espero nunca vir, vou contar umas do passado. O que meu povo cantava uma
parte de alguma música que eles passavam um ano para ouvi-la de algum tropeiro
e improvisadores nos forrós do sertão.
Gabriel
Querubini cantava o Gabiraba. Dedé minha avó cantava a jardineira, Cícero maroto
cantava a volta da asa branca. Celestino do Baixão do Alvino farinhada. Plínio Ribeiro
Amor fingido. Edite filha, Cabecinha no ombro e chore. Raimundo filho de Plínio,
boneca cobiçada. Raimundo Temista Beijar é bom, Carlindo Tropeiros da Borborema,
Urbano filho de Carlindo, Forró no escuro. Zé Grande gostava muito de mágoas de
boiadeiro. Antes do rádio música para chegar ao sertão só pelos tropeiros. Nos
forrós alguns ficavam cantando parte de uma música e improvisando outros versos,
e nessa peleja amanhecia o dia, já com muitos cabras melados de tanta cangibrina
e muitos casais felizes, já pensando na próxima festa. Assim era o sertão onde
só havia boiadas, tropas e ladrão de bode.
Hoje
os filhos e netos de sertanejos estão na onda, mas no pior sentido que você possa
imaginar.
ADÃO
NHOZINHO.
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