COVEIRO NÃO CHORA, MAS CHOROU.
João veio a São Paulo saindo do Ceará, a fim de conseguir um
emprego, pois a coisa por lá estava ruim. Isso nos anos 1970. Sem estudo João
viveu no sertão e não tinha vontade de estudar em escola tipo da pedra, como falava João
Cabral melo Neto. Como muita luta conseguiu um serviço de coveiro. Logo foi
promovido a pedreiro fazer a calafetação das covas. João no começo sentia, se
envolvia nos sentimentos dos parentes dos mortos, mas depois até ria enquanto enterrava
os mortos no cemitério da Vila Formosa o maior cemitério da América Latina, fica
em São Paulo, zona leste.
No Cemitério da Vila Formosa, o maior da
América Latina, com uma área de 780 mil m², estão enterradas cerca de 1,4 milhão de pessoas.
Segundo a Prefeitura, a maioria moradora de diferentes regiões da Zona Leste.
No aniversário de 462 anos de São Paulo.
Pois bem João já acostumando com defuntos enterros nem ligava mais para choro.
Mas certo dia, a coisa se inverteu, o coveiro teve de enterrar a própria mulher dele. Nem é preciso dizer,
nesse caso João chorou e muito, pois só tinha um mês de casado e muitos sonhos. Porém,
passou a namorar e casar com uma conterrânea viúva também. O finado de Mariana morreu assassinado por ladrões que tomaram o pagamento e ainda mataram (um trabalhador cearense). Com Mariana João teve
três filhos.
À vida do coveiro seguiu como deve ser, foi promovido a chefe de equipe
de cemitério, após ter estudado um pouco; aposentou-se com um salário bom. Já
tinha uma boa casa e mais umas alugadas, formou os filhos três. Hoje João vive
pescando e viajando pelo Brasil.
ADÃO NHOZINHO
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